As estatísticas são claras: cresce a cada dia, mundialmente, o número de crianças e adolescentes vítimas do excesso de peso. Consequentemente, cresce também os casos de bullying - agressão física ou moral. E aparentemente o preconceito começa muito cedo...
Crianças e adolescentes obesos relatam altos níveis de vitimização por familiares, colegas e professores. A obesidade tem sido associada à depressão, exclusão, ansiedade, ao baixo desempenho acadêmico, às relações sociais problemáticas e idéias suicidas. As mesmas associações encontram-se em estudos com a população adulta.
Usando um método validado (o Procedimento de Atribuição de Afeto), pesquisadores avaliaram o viés de peso implícito em 114 crianças entre 9 e 11 anos. A maioria dos participantes (71%) apresentavam peso saudável - eram eutróficos, 21% tinham sobrepeso e 8% apresentavam baixo peso.
Os pequenos receberam 9 pares de fotografias – em cada par, uma foto de uma criança eutrófica e outra com excesso de peso – e tinham que classificar esses retratos como sendo "bom" ou "ruim". Em média, 64% dos retratos de crianças com peso saudável foram classificados como "bons", em comparaçao com 59% das imagens de crianças com excesso de peso. Apesar da aparente pouca diferença, os valores foram significativos.
"O grupo de participantes com peso saudável apresentou maior repulsa pelas fotografias de crianças com excesso de peso, quando comparado com os participantes com sobrepeso e baixo peso", esclarecem os autores. "No geral, houve um viés implícito significativo de 5,4% contra pessoas com excesso de peso", concluem os autores.
Referência: Asheley Cockrell Skinner, Keith Payne, Andrew J. Perrin, Abigail T. Panter, Janna B. Howard, Anna Bardone-Cone,Cynthia M. Bulik, Michael J. Steiner, Eliana M. Perrin. Implicit Weight Bias in Children Age 9 to 11 Years. Pediatrics. 2017, vol 140/ISSUE 1.
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