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Foto do escritorNutrociência

Setembro Laranja: a conscientização sobre a obesidade infantil.

*Por Daniel Magalhães

Enviado Direto da Redação 22/09/2019 às 10:22h


Pedro passou por reeducação alimentar Foto: Divulgação

Bons hábitos devem começar desde cedo


Biscoitos, frituras, doces, balas e pouca ou nenhuma fruta e verdura. Seja em casa ou na escola, essa é a dieta de muitas crianças hoje em dia. A alimentação desregrada virou rotina, seja pela falta de tempo, praticidade ou por gosto pessoal. Mas os resultados da falta de disciplina são facilmente perceptíveis.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), há 41 milhões de crianças menores de cinco anos acima do peso e, por conta deste dado alarmante, algumas entidades têm promovido o ‘Setembro Laranja’ para conscientizar a população sobre a importância de práticas alimentares saudáveis e atividades físicas. Uma em cada quatro crianças apresentam excesso de peso e dentre essas, quase 10% delas apresentam obesidade grave e problemas sérios podem surgir dessas condições, como sedentarismo, problema de postura, aumento no colesterol, diabetes, hipertensão e, em alguns casos, depressão, atribuída ao bullying que muitas delas sofrem no ambiente escolar.

Para que a situação seja revertida o quanto antes, é imprescindível a participação dos pais na mudança dos hábitos alimentares da criança. Mas antes, os pais precisam reconhecer o estado em que ela está, já que muitos atribuem as ‘gordurinhas’ na barriga à saúde. De acordo com o pediatra Mauro Fisberg, membro do Departamento de Nutrição da SPSP, o maior problema “é a falta de conscientização, porque parte da família e dos profissionais de saúde muitas vezes não avaliam ou não interpretam adequadamente as curvas de crescimento e assim deixam de fazer o diagnóstico precoce do excesso e controle de peso”, ressaltou ele.

Então, é necessário que todos participem da reeducação alimentar, servindo de exemplo para os pequenos. A esteticista Daniele Furtado, por exemplo, mudou toda a sua rotina alimentar e de seus pais para se adaptar à nova dieta do seu filho Pedro Henrique, de 7 anos, que precisou mudar seus hábitos alimentares por conta da obesidade e do diagnóstico de diabetes. Se anteriormente, a mãe permitia tudo, até mesmo fast-food na hora do almoço, hoje produtos industrializados estão praticamente banidos de sua casa.

“Mudamos todos para ajudar ao Pedro e na verdade nos ajudar. Estamos comendo e bebendo de forma saborosa e muito mais saudável. O importante é a família estar junto. Minha mãe não bebia água. Só refrigerante. Hoje na geladeira temos sempre suco natural. Todos estamos comendo as mesmas coisas que a nutricionista orientou para o Pedro. A casa está melhor. Na casa do pai dele, as orientações da nutricionista também são seguidas, então as coisas ficam mais fáceis para ele”, disse Daniele.

Mas isso não significa que Pedro e a família precisaram abdicar de muitos alimentos. Com pequenos ajustes, a mudança, que antes era vista como um sacrifício, passou a virar algo prazeroso, ainda mais quando o resultados começaram a aparecer. “Depois que recebi o diagnóstico que confirmava que meu filho é diabético, eu o levei à nutricionista e, no princípio, Pedro já estava em pânico. Chorava que não poderia comer isso nem aquilo. Mas, depois de o acalmar, ela mostrou que algumas coisas iriam mudar, mas para melhor. E ele continuaria a comer tudo que gostava feito pela mamãe. Então foram cortados produtos que não fariam bem e substituídos por coisas que só tem ajudado no processo”, completou a mãe.

Com a mudança alimentar, tratamento com a nutricionista e a prática de esportes, como natação, capoeira e jiu-jitsu, Pedro emagreceu três quilos, em apenas um mês. Sua taxa de glicose, cuja média era de 220 mg/dL, baixou para 90 mg/dL. “Todos têm comentado que ele perdeu a barriguinha. E ele está todo feliz com isso”, finalizou Daniele.


Bons hábitos devem começar cedo

Segundo a nutricionista especializada em clínica funcional, Isabela Vanelli, há vários fatores que podem causar a obesidade infantil e eles não estão restritos somente a má alimentação. Deve-se levar em conta que fatores genéticos e até mesmo a forma do parto podem acarretar em sobrepeso.

“Quando a mãe engravida e está em sobrepeso ou obesidade isso pode trazer consequências para a criança. Também se ela desenvolver diabetes gestacional, isso pode causar obesidade infantil. Crianças que nasceram de obesidade também estão predispostas a desenvolver a doença. Além de crianças que tem uma introdução alimentar precoce. Embora a alimentação seja um dos principais fatores, ele não é o único.”, salientou Isabela.

Segundo a nutricionista, vivemos em uma cultura em que diz que criança gordinha é sinômino de saúde, mas é preciso ter cuidado, pois alguns só percebem que a criança já está obesa e tem alguns problemas de saúde quando decidem fazer um exame médico, porque viram que o filho tem 5 anos de idade, mas veste roupas de crianças de 8 anos. Por isso, ela lembra que é melhor realizar o diagnóstico o mais rápido possível, pois é melhor prevenir do que remediar.

Mas, caso o diagnóstico tenha sido providenciado tarde demais, os pais não precisam se desesperar. Para isso, toda a família deve participar da mudança dos hábitos alimentares, para servir de exemplo para os pequenos.

“É preciso mostrar para a criança a alegria de uma alimentação saudável, mostrar que essas comidas têm um gosto bom. Os pais podem começar com um hambúrguer caseiro ou um bolo de frutas, assim a criança vai gostar de comer essas coisas. Oferecer um arroz ou um suflê com brócolis é mais atrativo que oferecer o brócolis puro cozido somente na água e sal.”, completou a profissional.

Segundo Isabela, a mudança não pode ser brusca, mas deve ser feita de maneira gradual, para que a criança consiga se adequar melhor a nova rotina e tome gosto pelos novos hábitos alimentares e, para isso, ela dá algumas recomendações.

“Observe quantas vezes por semana tem alguma fruta ou verdura no seu prato durante as refeições e veja o que pode melhorar. Também recomendo levar a criança à feira e deixar ela escolher alguma fruta, legume ou verdura de preferência. Os pais podem checar na despensa se tem alimentos com a data de validade muito prolongada, o que significa que tem muitos industrializados, então recomendo que retirem coisas como macarrão instantâneo, suco de pó ou caixa, entre outros produtos. Mas o principal é entender que a criança pode sim comer um biscoito ou um fast-food, mas isso não pode virar rotina.”, finalizou Isabela.

Com a ajuda de toda a família na mudança dos hábitos alimentares, além da inserção da criança em práticas esportivas para combater o sedentarismo vão trazer um resultado rápido e satisfatório para todos da casa.

*Estagiário sob supervisão de Marcela Freitas


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